Escrever, com consistência, sobre Liderança é para mim uma enorme responsabilidade. Por ano são publicados mais de 3000 papers sobre este tema.
A Liderança, no que toca ao comportamento organizacional, é um tema transversal a muitas áreas: recursos humanos, sociologia das organizações, psicologia do desporto, entre outras.
São diversas as teorias e dicas práticas mas pouco se ouve sobre a antítese da Liderança: a insegurança.
Costumamos pensar que uma pessoa frágil e insegura foi uma criança tímida que se transformou num adolescente anti-social e, por fim, se tornou num adulto, amedrontado, incapaz de mexer uma palha sem o aval de terceiros. Não poderíamos estar mais enganados.
Nós somos pessoas cuja personalidade é o resultado da construção de algumas camadas (e traumas) de acordo com as experiências que vivenciamos, resultantes do ambiente que nos rodeia e que, muitas das vezes, estão fora do nosso controlo.
Já deste por ti a repetir, continuadamente, o mesmo erro e a sentires-te uma criança? Pronto, isso é uma das tuas camadas que reage, em função de algumas experiências do passado.
Mas voltemos à insegurança:
Uma pessoa insegura é muitas vezes perfeccionista, muito critica e impiedosa consigo mesma.
Tornamo-nos inseguros em ambientes complexos, voláteis e desorientados. Por mais resilientes que possamos ser, há um momento em que acabamos cansados, impotentes e desmotivados.
De um dia para o outro sentimos que levamos tudo a peito, somos assombrados pela ansiedade, os pensamentos negativos tomam conta de todos os momentos e daí à procrastinação e ao burnout é um saltinho.
“E depois Patrícia? O que fazemos? Como ficamos?”
Depois temos que começar a resolver o problema de dentro para fora!
Primeiro, temos de entender os gatilhos que nos despoletam este sentimento de fraqueza e impotência.
Segundo, temos que redescobrir o melhor que temos em nós e fortalecer a nossa auto-estima.
Em seguida temos que nos munir de ferramentas que DEVEMOS USAR TODOS OS DIAS, no nosso quotidiano, que contornam e nos defendem dos tais gatilhos que nos tolhem a segurança.
Para isso é preciso entender duas coisas sobre a mudança:
- É um processo que precisa de acompanhamento e leva o seu tempo. Começamos com passinhos bebés;
- Precisamos de entender que continuamos a precisar de adversidades na vida. Elas, quando bem catalisadas, são convertidas em oportunidades, servem-nos de aprendizagem e transformam a energia com que olhamos para os desafios. Transformam a forma como sentimos, pensamos e agimos.
Este é só um dos segredos para retomarmos as rédeas da nossa vida. Sim! Da nossa vida! Nós podemos e devemos ser líderes em qualquer campo ou contexto da nossa existência.
Entretanto, e porque vou continuar a falar-te sobre liderança, para a semana, deixo-te aqui algumas dicas para te tornares menos frágil e mais líder:
- Faz uma lista de todas as tuas qualidades e de como elas te ajudaram ao longo da vida;
- Faz um esquema de todas as coisas que te fazem impotente e inseguro (situações, pessoas, frases). Certamente que encontrarás um padrão interessante;
- Foca-te, no máximo, em três tarefas complexas por dia;
- Faz exercício físico;
- Guarda tempo para não fazeres nada, sem culpa;
- Escolhe bem a informação que lês e estudas sobre este e outros assuntos. Infelizmente, as fakenews são o prato do dia e servem apenas para complicar o nosso discernimento e poder de decisão;
- Acredita! Todos podemos mudar.
Termino com uma frase que fez toda a diferença na minha vida:
“Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta!”
Carl Jung