Olá a tod@s!
Se recebem as minhas cartinhas por email sabem que, outro dia, vos falei que ando cansada e com medo. É verdade, tive umas férias brutais, estou rodeada de gente fantástica mas há vezes em que o medo me assola: mudanças enormes na minha marca, mudanças na minha academia, nova imagem, necessidade de dar mais, fazer melhor, … e estes pensamentos atropelam-se todos na minha cabeça e tolhem-me! Fico paralisada. Se pensas que eu sou invencível, estás redondamente enganad@! Sou tão humana como todos nós.
O medo faz parte das emoções básicas e primárias do ser humano. Nasce no nosso cérebro reptiliano (isso! temos 3!) e é um mecanismo de proteção que nos mantém vivos. Já por isso, sentir medo, não é mau de todo: evita que nos coloquemos em situações perigosas e é uma emoção involuntária e natural.
Porém, contudo e no entanto, sentir medo de trabalhar sentada a pensar não é necessário. Tenho os candeeiros bem fixos no teto, tenho uma instalação elétrica fiável, nada me acontece que me possa matar, certo? Neste caso o medo é nefasto e inútil!
Há medos e medos: medos estúpidos, medo de amar, fobias e pânicos, ansiedade e angústia, medo de falar em público, medo social, medo de ter medo. Salazar sentia medo de ter medo, sabias? Foi uma das razões que fez com que administrasse um país, durante décadas, sem nunca ter passado a fronteira.
Os medos fazem-nos desistir dos nossos sonhos, isolam-nos socialmente, criam-nos ansiedade (que nos leva à depressão, ao consumo exagerado de álcool e até a pensamentos suicidas).
Uma vez que o problema não está no problema mas na forma como o resolvemos, deixo-te aqui algumas dicas que aprendi com a PNL, que uso, que me faz bem, e que sinto que preciso de partilhar contigo:
- Visualizar
Imagina-te de forma nítida a enfrentar uma situação de medo. Estás a salvo enquanto estás só a imaginar. Repara em todas as respostas que dás a esse medo e analisa quais as que te prejudicam e as que te ajudam.
- Passado
Olha para a linha do tempo da tua existência e descobre onde, possivelmente, começou esse medo. Faz as pazes com esse passado. Percorre a linha de trás para a frente e vê o quanto já evoluiste, as superações pelas quais passaste e o quão madur@ te tornaste. Fecha esse ciclo, gentilmente. Com empatia e compaixão pelas borradas que esse medo te faz cometer, mas fecha esse capítulo. Nem que tenhas de o fechar todos os dias.
- Atenção plena
Tem domínio sobre a tua própria atenção. Foca-te no aqui e no agora. Tens de fazer um texto para enviar, diretamente, ao presidente da república? Estás chei@ de medo? Senta o rabo na cadeira, enfrenta-te, foca-te no texto, e faz. Vai com medo e tudo. Aguenta-o! No fim vais olhar para trás e a dor transforma-se em alívio!
- Escreve
Escreve uma carta (ou duas ou quinhentas, as que forem necessárias) de ti para ti. Assume, enquanto escritor, um alter ego da tua melhor versão e, com carinho, explica a ti mesm@ os benefícios e malefícios desse medo e do que acontece se te renderes ou se lhe fizeres frente!
Esta dica é de uma colaboradora minha. Ela tem medo de falhar. É uma coisa quase patológica. No outro dia ela disse-me:
“Patrícia, eu passo-me com medo de falhar! Há coisas que tenho de dosear muito bem para não ser engolida pelo medo, de todas as maneiras, de há dois anos a esta parte, escrevo todos os dias sobre os meus medos. Tenho quatro cadernos de argolas daqueles gordos, sublinhados com os medos mais inóspitos que possas imaginar: medo de perder o meu dinheiro todo, medo de fazer alguma borrada no trabalho, medo de falhar.
Desde que assumi o meu alter ego da “Super Isabel” e venho escrevendo os meus medos e criando respostas CONSCIENTES e PRAGMÁTICAS para eles, as coisas têm mudando muito! Tenho evoluído como nunca evoluí profissionalmente, tenho mais dinheiro, tenho melhores amigos, tenho mais paz familiar e tenho mais ESPERANÇA.”
Isto dito por uma pessoa que “leva tudo à frente” deixou-me a pensar. Há muita gente com medo e não transparece.
- Coaching
Usa o coaching em teu benefício. O Coaching só te trás respostas quando descobres e formulas as tuas próprias perguntas. É uma excelente ferramenta para o teu diálogo interno.
Faz-te perguntas:
- O que é que o medo me faz sentir? – Responde
- Em que é que este medo tolhe os meus objetivos de vida? – Responde
- Como posso combater este medo? – Responde
Como sempre te digo, este trabalho é TEU. É duro, é ingrato, não irás obter resultados imediatos, precisas de ser resiliente, mas é possível. Acredita! É possível.
A propósito: aquele medo que contei na newsletter? Está tudo a andar a todo o vapor! E que prazer me dá isto… 😉